Não tem desculpa, não tem explicação. Sumi sem dar adeus. Mas o abandono do blog não significa sua morte. O que acontece é que tem novidade no front.
Você aí, você mesmo, pode ser a única pessoa a ler estas linhas. talvez seja o único leitor destas linhas. E é por você que preciso resumir uma historinha em 3 passos:
Gentileza é artigo em falta no mercado. Mesmo quando tem claro objetivo marqueteiro. Depois de passar a manhã no centro de Porto Alegre, fazendo entrevistas e mandando arrumar minha máquina fotográfica (sim, eu me virei cliente da Objetiva, que já citei aqui), fui pegar o carro na Garagem Senhor dos Passos. E dei de cara com esse senhor sorridente aí, o Ermildo Mocelin, que abriu o negócio em 1971. Há dez anos, ele distribui bergamotas (ou mexericas) descascadas grátis para os clientes. A água, eles oferecem há mais tempo ainda - bálsamo para a calor saárico de quem caminha pelo centro no verão.
É ou não é um serviço simpático, simples, infelizmente raro e, por isso mesmo, curioso?
GARAGEM CONDOMÍNIO SENHOR DOS PASSOS Rua Senhor dos Passos, 224, Centro
Eu, como mulher, não poderia passar da recepção. Mas como jornalista, é outra história. Depois de passar pela frente de carro, telefonei para a única estética exclusivamente masculina de Porto Alegre. Dias depois, estava lá, conversando com a dona.
Pra não espantar a clientela, a decoração da Estética Só para Homens é simples e rústica. Nas salas de massagem e tratamentos de pele, há pôsters de mulheres provocantes. E no dia do noivo, ele chamam, sim, os amigos pra se arrumarem juntos.
Para saber mais, é só dar play aí embaixo. Adorei colocar a trilha de faroeste na coluna.
Nós, mulheres, somos como aquelas réguas de tomada: a energia entra por um lugar só, mas atende várias necessidades. Fazia tempo que eu não corria tanto. Nunca deixei o blog tão abandonado. E não é de estranhar se quem ainda estiver me seguindo ande um pouco perdido. O alento é que minhas descobertas não são vitais para ninguém.
Pra comemorar o retorno, publico a entrevista com Mariana Pessini, da Casa Rima. Nem sempre o que eu encontro é bonito, mas esse endereço é de babar. Pelo menos pra quem gosta de decoração. E mais ainda pra quem quer ter tecidos exclusivos, com desenhos que designers bacanas ou que o cliente mesmo inventa.
A padronagem que mais sai, vejam só, foi criada por uma gaúcha de nove anos. As bonequinhas aí de baixo vendem muito na Europa.
E ainda é possível ter o mesmo tecido em bancos de acrílico ou em lâminas de fórmica.
Ouça aí, pegue o endereço e me diga: é ou não é uma maravilha?
Sabe aqueles lugares que a gente nunca conheceria, a não ser que alguém apresentasse? É o caso da Carwa Botões, que não tem telefone ou e-mail.
Em pleno centrão de Porto Alegre, a pequena loja (ou seria um estande?) fabrica e vende botões para futebol de mesa. O dono, Guanair Carvalho, faz até caixas para carregar os botões, carinhosamente chamadas de ônibus.
Eu, particularmente, não jogo nada. Mas adorei conhecer o botão Angélica, com uma pinta bem escura, parecida com a da apresentadora de televisão.
Não sei explicar, mas aqui eu me sinto mais à vontade do que no rádio. Vai ver que é porque imaginei e concretizei o blog solitariamente, à moda internáutica atual. Daí, consigo me exibir no Salada: foi bem bom participar do júri da Veja Porto Alegre Comer & Beber 2010/2011.
Pra quem não sabe (eu, pelo menos, não sabia nada), a seleção é seríssima. A Veja de São Paulo entra e contato, faz o convite e toda a escolha rola on-line. Ninguém ganha dinheiro pra votar. E o jurado tem total liberdade para sugerir novas casas - no meu caso, dentro da categoria Comidinhas. Se a gente vai experimentar um pastel com a filharada a reboque, como eu fiz, eles não estão nem aí. O importante é que a criatura viva Porto Alegre. Nesse ano, a grande novidade é que o conteúdo está disponível para iPhone e iPod Touch.
Detalhe: a padaria Mercopan, na qual votei por causa do cachorro quente, ficou em segundo lugar. O Eduardo Bomfiglio, um dos sócios, teria ganho se eu tivesse votado nele, e não na vencedora, Carina Barllet. Vale a pena ser imparcial, mas bem que eu torcia pelo amigo. O pancho de lá, que já apareceu por aqui, é dos deuses.
A notícia já saiu em Porto Alegre, Quem Diria!, mas continua fresquinha: há menos de dois meses, abriu em Porto Alegre um hostel - em outras palavras, aquelas hospedarias cheias de beliches, super comuns mundo afora, onde a moçada chega de mochila, convive com gente de outros países e se hospeda gastando bem pouco.
Em plena rua Mariante, ao pé do viaduto que passa sobre a Protásio Alves, o Porto do Sol segue, apesar da simplicidade, o conceito internacional de albergue. Na base do cada um por si, os hóspedes dividem quartos femininos ou masculinos, banheiros, sala de tevê, pátio e cozinha. E dá, sim, pra notar que a casa tem sotaque brasileiro.
Pra ouvir mais detalhes, inclusive a voz da francesa que encontrei por lá, ouça a coluna que eu devia ter postado aqui bem antes: