Logo que a Casa de Cultura Mário Quintana inaugurou, lá pelo início dos anos 90, um repórter me pegou, de surpresa, admirando a instalação do Élcio Rossini no vão de entrada. Tremi na base. Odiei a situação. Devo ter saído na tevê com cara de susto. E sempre acreditei que tremeria se fosse de novo pra frente de uma câmera.
Quando apareci na telinha por causa do “Os Endereços Curiosos de Porto Alegre”, duas pessoas (amigas e, portanto, suspeitas) me disseram que eu estava à vontade. Vai ver que é porque não encarei aquele olhão mecânico voltado na minha direção.
Será?
domingo, 31 de agosto de 2008
quinta-feira, 28 de agosto de 2008
Lustres sob medida
Sabe o que brinquedos, guarda-chuvas e lustres brasileiros têm em comum? Todos sucumbiram à invasão da indústria chinesa. Sem chance de concorrer com os preços orientais, nossas fábricas precisaram se reinventar para, quem sabe, manter-se no mesmo ramo. Foi o que aconteceu com a pequena Ras Bora, que chegou a produzir 40 luminárias por dia na zona norte de Porto Alegre. Hoje, a casa só executa peças sob encomenda e restaura exemplares desgastados.
Se você adora aquele modelo de alumínio vintage, colorido e cheio de furinhos, é só levar uma foto até lá para ter um igualzinho. Caso não encontre o plafond que se encaixa perfeitamente na sacada, a saída é a mesma. Com muitos clientes arquitetos, a Ras Bora assina, por exemplo, a execução das imensas luminárias que deixam as frutas do Zaffari mais vistosas e várias arandelas da Catedral Metropolitana de Porto Alegre.
“No Brasil, nada se cria, tudo se copia. Os argentinos copiam dos italianos e nós copiamos dos argentinos”, sentencia Salomão Passaroff, dono do negócio aberto em 1972. Circulando pelo terreno de 600 metros quadrados que reúne uma loja quase vazia e a fábrica praticamente ociosa, ele garante que a Ras Bora está com os dias contados. Pode até ser estratégia de marketing, mas se eu fosse você, encomendava o lustre dos seus sonhos sem demora.
“No Brasil, nada se cria, tudo se copia. Os argentinos copiam dos italianos e nós copiamos dos argentinos”, sentencia Salomão Passaroff, dono do negócio aberto em 1972. Circulando pelo terreno de 600 metros quadrados que reúne uma loja quase vazia e a fábrica praticamente ociosa, ele garante que a Ras Bora está com os dias contados. Pode até ser estratégia de marketing, mas se eu fosse você, encomendava o lustre dos seus sonhos sem demora.
ILUMINAÇÃO RAS BORA
Av. Baltazar de Oliveira Garcia, 450, Passo da Mangueira
(51) 3028.6413
segunda a sexta, 07h30 às 12h; 13h às 17h30
Av. Baltazar de Oliveira Garcia, 450, Passo da Mangueira
(51) 3028.6413
segunda a sexta, 07h30 às 12h; 13h às 17h30
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
O paraíso secreto das mulheres
Endereços curiosos não se resumem a produtos e serviços estranhos, dos quais a gente nunca ouviu falar. Se estiverem escondidos, entram na minha lista também. É o caso da Saldos de Griffe, paraíso feminino que fica no quarto andar de um prédio comercial e oferece roupas bacanérrimas por preços abaixo do mercado. Conhece as marcas Maria Bonita, Patachou e Lita Mortari? Já cobiçou os couros macios da Twin-Set? Gosta das calças Diesel, mas, como eu, se recusa a pagar fortunas por um jeans? Pois creia, minha amiga: tudo isso você encontra lá.
“É como um closet”, define Marta Tartari, que teve por 25 anos a Gamine. Em 2007, depois de fechar a loja, ela alugou o novo espaço só para guardar as roupas que não tinha vendido. Com o tempo, a mulherada descobriu o esconderijo e Marta foi incluindo saldos de antigas concorrentes, como Borda Barroca e Hot. Hoje, apesar de continuar quase incógnita, tem até peças que ela mesma desenvolve com algumas fábricas. O importante é que tudo seja de qualidade e que possa ser vendido com valores de liquidação.
Melhor que isso é saber que o atendimento pode ser feito em grupo, com direito ao efusivo conversê que caracteriza uma reunião feminina. Mas como todo lugar secreto, não dá para chegar assim, no más. Se quiser conhecer a Saldos de Griffe, ligue antes, dica quem indicou o endereço e marque seu horário. Por mais intelectual que você seja, duvido que não goste de experimentar vestidos, blusas, casacos, sapatos, bolsas e outros acessórios com suas melhores amigas, enquanto rola um champagne.
SALDOS DE GRIFFE
Av. Cristóvão Colombo, 3187, salas 405 e 402, Higienópolis
(51) 3062.5546 e 9341.6377
com hora marcada
saldosdegriffe@terra.com.br
“É como um closet”, define Marta Tartari, que teve por 25 anos a Gamine. Em 2007, depois de fechar a loja, ela alugou o novo espaço só para guardar as roupas que não tinha vendido. Com o tempo, a mulherada descobriu o esconderijo e Marta foi incluindo saldos de antigas concorrentes, como Borda Barroca e Hot. Hoje, apesar de continuar quase incógnita, tem até peças que ela mesma desenvolve com algumas fábricas. O importante é que tudo seja de qualidade e que possa ser vendido com valores de liquidação.
Melhor que isso é saber que o atendimento pode ser feito em grupo, com direito ao efusivo conversê que caracteriza uma reunião feminina. Mas como todo lugar secreto, não dá para chegar assim, no más. Se quiser conhecer a Saldos de Griffe, ligue antes, dica quem indicou o endereço e marque seu horário. Por mais intelectual que você seja, duvido que não goste de experimentar vestidos, blusas, casacos, sapatos, bolsas e outros acessórios com suas melhores amigas, enquanto rola um champagne.
SALDOS DE GRIFFE
Av. Cristóvão Colombo, 3187, salas 405 e 402, Higienópolis
(51) 3062.5546 e 9341.6377
com hora marcada
saldosdegriffe@terra.com.br
domingo, 24 de agosto de 2008
Livraria para todos os gêneros
Não faz tanto tempo que o mercado editorial abriu os olhos para o público gay. Em 1998, a Sumus lançou o GLS, primeiro selo brasileiro de ficção dedicada às minorias sexuais. No ano passado, surgiu a Malagueta, mais especializada ainda – só edita livros para lésbicas. O que não deixa dúvidas: inaugurada em 1995, a Bamboletras está à frente do seu tempo.

Capitaneada pela jornalista Lu Vilella, a livraria é um achado para quem quer entender de gênero. Dentro do tema homossexualidade, há livros para se divertir, de auto-ajuda e que tratam a questão cientificamente. Foi lá, por exemplo, o lançamento de Aurélia, a Dicionária, compêndio dos termos mais utilizados na comunidade gay. Se sua filha se apaixonou pela melhor amiga, leia Agora que você já sabe - o que todo pai e toda mãe deveriam saber sobre a homossexualidade. Ou vá fundo no assunto e compre Abaixo do Equador, do antropólogo americano Richard Parker, que pesquisou por 15 anos as características e o crescimento do homossexualismo no Brasil. O que mais vende, por questões didaticamente óbvias, é o Kamasutra customizado– tem nas versões mulheres, gay, lésbicas e XXX (sexo a três).
“Desde o começo, queria trabalhar com diversidade”, diz Lu, que também dedica várias prateleiras à raça negra. Definindo-se como “a livraria de todos os gêneros”, a Bamboletras cria mailings de acordo com os interesses do cliente, aceita encomendas e virou referência para quem perde a noção do tempo folheando edições. Para a dona, é “como um boteco”: “conheces o dono e tem degustação”.
Capitaneada pela jornalista Lu Vilella, a livraria é um achado para quem quer entender de gênero. Dentro do tema homossexualidade, há livros para se divertir, de auto-ajuda e que tratam a questão cientificamente. Foi lá, por exemplo, o lançamento de Aurélia, a Dicionária, compêndio dos termos mais utilizados na comunidade gay. Se sua filha se apaixonou pela melhor amiga, leia Agora que você já sabe - o que todo pai e toda mãe deveriam saber sobre a homossexualidade. Ou vá fundo no assunto e compre Abaixo do Equador, do antropólogo americano Richard Parker, que pesquisou por 15 anos as características e o crescimento do homossexualismo no Brasil. O que mais vende, por questões didaticamente óbvias, é o Kamasutra customizado– tem nas versões mulheres, gay, lésbicas e XXX (sexo a três).
“Desde o começo, queria trabalhar com diversidade”, diz Lu, que também dedica várias prateleiras à raça negra. Definindo-se como “a livraria de todos os gêneros”, a Bamboletras cria mailings de acordo com os interesses do cliente, aceita encomendas e virou referência para quem perde a noção do tempo folheando edições. Para a dona, é “como um boteco”: “conheces o dono e tem degustação”.
BAMBOLETRAS
Rua Lima e Silva, 776, loja 3 (Centro Comercial Nova Olaria), Cidade Baixa
(51) 3227-9930 e 3221-8764
segunda a sábado, 10h/22h; domingos e feriados, 15h/22h.
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
Até sexta
Fiquei fora do ar ontem e continuo assim até amanhã. Na volta, prometo falar da livraria porto-alegrense que tem maravilhas sobre homossexualidade e a raça negra. Para nós, mulheres, já descobri óculos para fazer automaquiagem e a ponta de estoque de uma loja bacanérrima da cidade - fica escondida numa sala comercial. Encontro vocês na sexta, neste mesmo bat-canal.
terça-feira, 19 de agosto de 2008
Emilio Saucedo: conserte sua gaita de boca com um artista da Rádio Nacional
Emilio Damasceno Saucedo merece uma página inteira de jornal. É o tipo de gente que, nos meus tempos de revista, renderia perfil e portrait – coisa inúmeras vezes melhor do que a foto aí embaixo, tirada com minha máquina capenga. Desculpem, portanto, o post deveras grande.

Emilio com a gaita que pertencia ao irmão
Cheguei na casa do homem por causa da Lia Amaral, que me ouviu no Gaúcha Entrevista e resolveu indicar o serviço. Era para conversarmos sobre conserto de gaitas de boca, ofício que, segundo o próprio Emilio, é uma raridade: “Se tiver três ou quatro no Brasil, é muito”.
Se o seu instrumento estiver desafinado, com a palheta rachada, trancando as notas ou oxidado, vá lá. E se gostar de ouvir histórias, sente-se nas cadeiras de plástico que ele mesmo, gentil e bem-humorado, forra com espuma - “aqui em casa, bunda de amigo é tratada com todo carinho”.
No final de década de 40, em plena Era do Rádio, Emílio, o irmão Ênio e Mario Souza formaram o Trio Harmônico, só com gaitas de boca. Depois de um ano tocando na Rádio Farroupilha, eles foram descobertos por ninguém mais, ninguém menos do que Benedito Lacerda, o flautista que formou, junto com Pixinguinha, a dupla mais importante da história do choro. Foi Benê quem disse: “vocês vão gravar um disco”.

Cha, Cha, Cha, de 1961: ouça aqui uma faixa
do disco gravado com Jehovah da Gaita, que
substituiu Mario Souza no Trio Harmônico
E lá se foram eles para a Rádio Nacional, ícone do dial brasileiro. Foi quando conheceram Cauê Filho, conhecidíssimo por interpretar o Moleque Saci, da rádio-novela Jerônimo, o Herói do Sertão. Não havia melhor credencial para chegar ao Teatro Recreio e embalar os passos de uma das vedetes mais famosas do país: Virginia Lane. Eles só não fizeram mais sucesso porque Ênio sumiu do mapa de repente. Em Porto Alegre, nem a família, nem dona Ely (mulher que o acompanha até hoje e que continua sendo chamada de namorada) sabiam que ele estava internado num hospital, tuberculoso, onde ficaria incógnito por três anos.
Quer mais? Para ganhar a vida longe dos palcos, Emílio trabalhou em grandes agências de propaganda e recebeu a incumbência de criar um personagem para a marca Liquigás. Tanto o nome quanto o traço do velho Liquinho (leia-se mini-botijão de gás, já que o Google não achou nenhuma imagem do próprio) são obra do artista.
E eu pensando que ele só (?) consertava gaitas.
EMILIO DAMASCENO SAUCEDO
Rua André Arjonas Guillen, 16, Passo D´Areia
(51) 3737.1524 e 8133.5388
com hora marcada
Emilio com a gaita que pertencia ao irmão
Cheguei na casa do homem por causa da Lia Amaral, que me ouviu no Gaúcha Entrevista e resolveu indicar o serviço. Era para conversarmos sobre conserto de gaitas de boca, ofício que, segundo o próprio Emilio, é uma raridade: “Se tiver três ou quatro no Brasil, é muito”.
Se o seu instrumento estiver desafinado, com a palheta rachada, trancando as notas ou oxidado, vá lá. E se gostar de ouvir histórias, sente-se nas cadeiras de plástico que ele mesmo, gentil e bem-humorado, forra com espuma - “aqui em casa, bunda de amigo é tratada com todo carinho”.
No final de década de 40, em plena Era do Rádio, Emílio, o irmão Ênio e Mario Souza formaram o Trio Harmônico, só com gaitas de boca. Depois de um ano tocando na Rádio Farroupilha, eles foram descobertos por ninguém mais, ninguém menos do que Benedito Lacerda, o flautista que formou, junto com Pixinguinha, a dupla mais importante da história do choro. Foi Benê quem disse: “vocês vão gravar um disco”.
Cha, Cha, Cha, de 1961: ouça aqui uma faixa
do disco gravado com Jehovah da Gaita, que
substituiu Mario Souza no Trio Harmônico
E lá se foram eles para a Rádio Nacional, ícone do dial brasileiro. Foi quando conheceram Cauê Filho, conhecidíssimo por interpretar o Moleque Saci, da rádio-novela Jerônimo, o Herói do Sertão. Não havia melhor credencial para chegar ao Teatro Recreio e embalar os passos de uma das vedetes mais famosas do país: Virginia Lane. Eles só não fizeram mais sucesso porque Ênio sumiu do mapa de repente. Em Porto Alegre, nem a família, nem dona Ely (mulher que o acompanha até hoje e que continua sendo chamada de namorada) sabiam que ele estava internado num hospital, tuberculoso, onde ficaria incógnito por três anos.
Quer mais? Para ganhar a vida longe dos palcos, Emílio trabalhou em grandes agências de propaganda e recebeu a incumbência de criar um personagem para a marca Liquigás. Tanto o nome quanto o traço do velho Liquinho (leia-se mini-botijão de gás, já que o Google não achou nenhuma imagem do próprio) são obra do artista.
E eu pensando que ele só (?) consertava gaitas.
EMILIO DAMASCENO SAUCEDO
Rua André Arjonas Guillen, 16, Passo D´Areia
(51) 3737.1524 e 8133.5388
com hora marcada
domingo, 17 de agosto de 2008
Com vocês, sem heresia, o Super Trunfo Católico
Umas das coisas que mais gostei de descobrir em Porto Alegre foi o Super Trunfo Católico. Além de ser criação da terrinha e de, na época, ainda não ter saído na imprensa, o jogo vem com aquele BBB que não tem nada a ver com o reality show da Globo. É Bom, Bonito e Barato.
Abaixo, o texto que saiu no livro. Pena que não vem com as risadas que eu e o Eduardo, um dos inventores, demos durante a entrevista. E pra quem já está nos taxando de hereges, fica o depoimento que o padre Gerson Schmidt, coordenador de Comunicação da Arquidiocese de Porto Alegre, deu aos criadores: “embora quantifique a santidade, e o autor possa, com a venda, negociar com os elementos da fé, creio que [o jogo] pode até ser educativo”.
"Quem foi criança na década de 70, principalmente os meninos, certamente brincou com o Super Trunfo. Na versão mais clássica, cada carta trazia a imagem de um carro bacanérrimo, com informações sobre a capacidade do motor, RPM (rotações por minuto) e outras características que o tornavam mais ou menos forte na comparação com outros veículos. Hoje, a fabricante do jogo também aposta em baralhos sobre cobras, cães de raça, Power Rangers e outros temas, mas nenhum tão inusitado quanto o Super Trunfo Católico. Criado pelo publicitário Eduardo Menezes e o jornalista Antenor Savoldi, com design de Pablo Bohrz, o jogo consiste em 30 cartas (29 santos e um Jesus Cristo) que, frente a frente, concorrem nos quesitos fé, milagres atribuídos, ano de canonização e RPM - neste caso, a sigla significa Reação ao Pecado e à Mentira´. Mas não pense que o messias, só por ser o filho mais ilustre do Todo-poderoso, ganha de qualquer adversário. Na categoria fé, fruto da livre associação dos criadores com a crença que cada personagem tinha em Deus, ele apresenta o índice não muito alto de 66%. `Jesus passou privações, mas vivia reclamando. Quando estava na cruz, ele perguntou: Pai, por que me abandonaste?’, explica Menezes. São Tomé, que só acreditava no que via, foi classificado com apenas 2% de fé. Em contrapartida, São José tem 99%: `ele acreditou que Maria era virgem´. Entregue pelo correio para qualquer cidade brasileira, o jogo made in Porto Alegre já foi adotado em aulas de catequese e tem adeptos em diversos estados do país, além do Canadá. De acordo com Menezes, o Super Trunfo Católico `é um bibelô, uma brincadeira´, apesar de ter um certo fundo filosófico: `hoje em dia, quase tudo é quantificado, mas tem coisas, como a fé, que não podem ser definidas em números´."
SUPER TRUNFO CATÓLICO
(51) 9907.4100
avidamataapau.wordpress.com/super-trunfo-catolico
arabe.luther@gmail.com

"Quem foi criança na década de 70, principalmente os meninos, certamente brincou com o Super Trunfo. Na versão mais clássica, cada carta trazia a imagem de um carro bacanérrimo, com informações sobre a capacidade do motor, RPM (rotações por minuto) e outras características que o tornavam mais ou menos forte na comparação com outros veículos. Hoje, a fabricante do jogo também aposta em baralhos sobre cobras, cães de raça, Power Rangers e outros temas, mas nenhum tão inusitado quanto o Super Trunfo Católico. Criado pelo publicitário Eduardo Menezes e o jornalista Antenor Savoldi, com design de Pablo Bohrz, o jogo consiste em 30 cartas (29 santos e um Jesus Cristo) que, frente a frente, concorrem nos quesitos fé, milagres atribuídos, ano de canonização e RPM - neste caso, a sigla significa Reação ao Pecado e à Mentira´. Mas não pense que o messias, só por ser o filho mais ilustre do Todo-poderoso, ganha de qualquer adversário. Na categoria fé, fruto da livre associação dos criadores com a crença que cada personagem tinha em Deus, ele apresenta o índice não muito alto de 66%. `Jesus passou privações, mas vivia reclamando. Quando estava na cruz, ele perguntou: Pai, por que me abandonaste?’, explica Menezes. São Tomé, que só acreditava no que via, foi classificado com apenas 2% de fé. Em contrapartida, São José tem 99%: `ele acreditou que Maria era virgem´. Entregue pelo correio para qualquer cidade brasileira, o jogo made in Porto Alegre já foi adotado em aulas de catequese e tem adeptos em diversos estados do país, além do Canadá. De acordo com Menezes, o Super Trunfo Católico `é um bibelô, uma brincadeira´, apesar de ter um certo fundo filosófico: `hoje em dia, quase tudo é quantificado, mas tem coisas, como a fé, que não podem ser definidas em números´."
SUPER TRUNFO CATÓLICO
(51) 9907.4100
avidamataapau.wordpress.com/super-trunfo-catolico
arabe.luther@gmail.com
sábado, 16 de agosto de 2008
Porto-alegrices em Sampa

Hoje tem lançamento do livro em São Paulo. É na Livraria Pop, ali em Pinheiros, às 17h. Como diz o Rommel, porto-alegrenses adoram porto-alegrices. Paulistanos, não. Se for um quinto do que foram os autógrafos no último dia 31, já fico feliz.
sexta-feira, 15 de agosto de 2008
Procura-se limpador de chaminés
Me perguntaram se conheço um limpador de chaminés em Porto Alegre. Até agora, procurei na Internet, em classificados e nas casas especializadas em lareiras. Ninguém sabe de nada.
Fica, então, meu apelo: alguém aí conhece um profissional do tipo? Respostas aqui, neste folhetim digital.
Fica, então, meu apelo: alguém aí conhece um profissional do tipo? Respostas aqui, neste folhetim digital.
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
E vejo flores em você

São mais de 40 modelos diferentes de flores, da pequerrucha de 2 centímetros àquela que uma noiva usou para substituir a grinalda. “Ia com minha avó, de mãos dadas, nas casas de armarinho”, conta Maria Lucia, lembrando dos idos tempos em que criava bolsas, chinelinhos e outros mimos para as colegas de colégio. Hoje, sua lista de clientes inclui o estilista Rui Spohr, mas você pode ir direto à fonte. Com irmãs e filha ligadas à moda, ela também aluga chapéus para (que chic!) casamentos diurnos. E ainda aceita customizar qualquer roupa sem graça. Seja qual for o objetivo ou a ocasião, Maria Lucia sempre vê flores em você.
ATELIER MARIA LUCIA
Av. General Barreto Viana, 25, sala 101, Chácara das Pedras
(51) 3389.1661 e 9989.4991
segunda à sexta, 9h/11h30 e 14h/19h; sábados, com hora marcada
marialucia@ateliermarialucia.com.br
www.ateliermarialucia.com.br
(51) 3389.1661 e 9989.4991
segunda à sexta, 9h/11h30 e 14h/19h; sábados, com hora marcada
marialucia@ateliermarialucia.com.br
www.ateliermarialucia.com.br
terça-feira, 12 de agosto de 2008
Conserta(va)-se gaita
Promessa é dívida. Consegui a página da revista Wonderful que, em 1995, fez o perfil da família que espalhou mais de 500 placas dizendo “Conserta-se gaita” em Porto Alegre. Muito antes do marketing viral, os Ameijeiras descobriram um jeito baratésimo de divulgar seu ganha-pão.
A coisa funcionou tão bem que até hoje, apesar das placas terem sumido, ainda se fala no assunto. No Orkut, há uma comunidade onde os jovens batem boca e não conseguem chegar a uma conclusão – seria tráfico de drogas ou fachada de clínica de aborto? Como vocês podem ver, não era uma coisa, nem outra.
A coisa funcionou tão bem que até hoje, apesar das placas terem sumido, ainda se fala no assunto. No Orkut, há uma comunidade onde os jovens batem boca e não conseguem chegar a uma conclusão – seria tráfico de drogas ou fachada de clínica de aborto? Como vocês podem ver, não era uma coisa, nem outra.

Norberto, Eclemira e Cândido, que também era médico
Conheço o Paulo Pitanga, autor da foto. Além do Ricardo Baptista e da Claudia Tajes, que resolveram conferir o endereço de perto. Na virada dos anos 90, meus amigos bateram na casa da rua Tapuias com uma gaita de boca, mas não conseguiram dar jeito no mini-instrumento. Com sangue portenho nas veias, a família só arrumava acordeons.
Para quem quer saber por que o endereço não está no meu livro: liguei para o Norberto em 2006, no início das pesquisas, horas antes de voltar para São Paulo. Feliz da vida, o consertador combinou a entrevista para dois meses depois e contou que seus pais tinham falecido recentemente. Quando liguei de novo, atendeu um homem que se dizia chileno e que eu só sei que era mal educado - me mandou esquecer o assunto, quase desligou na minha cara. Com o Norberto, criador da propaganda eficientíssima, consegui falar um tempo depois. Ele desistiu do ofício. E negou qualquer contato.
Mas que consertava-se gaita, consertava-se.
Conheço o Paulo Pitanga, autor da foto. Além do Ricardo Baptista e da Claudia Tajes, que resolveram conferir o endereço de perto. Na virada dos anos 90, meus amigos bateram na casa da rua Tapuias com uma gaita de boca, mas não conseguiram dar jeito no mini-instrumento. Com sangue portenho nas veias, a família só arrumava acordeons.
Para quem quer saber por que o endereço não está no meu livro: liguei para o Norberto em 2006, no início das pesquisas, horas antes de voltar para São Paulo. Feliz da vida, o consertador combinou a entrevista para dois meses depois e contou que seus pais tinham falecido recentemente. Quando liguei de novo, atendeu um homem que se dizia chileno e que eu só sei que era mal educado - me mandou esquecer o assunto, quase desligou na minha cara. Com o Norberto, criador da propaganda eficientíssima, consegui falar um tempo depois. Ele desistiu do ofício. E negou qualquer contato.
Mas que consertava-se gaita, consertava-se.
segunda-feira, 11 de agosto de 2008
Comum hoje, curioso na década que vem
Já tenho idade suficiente para conhecer coisas das quais os pós-adolescentes nunca ouviram falar. A prova está nas respostas que recebi do meu enteado, da minha sobrinha e do motorista de táxi de 20 anos que me conduziu em Porto Alegre. Quando perguntei se sabiam o que era um cerzido, nenhum deles sabia dizer.
Dedico aos meus jovens leitores, como a Fabiana Ferreira, a reprodução do texto onde falo sobre Neusa e Marco Januário, o casal que refaz qualquer tecido à mão. Se você ainda não conhece a centenária Casa Edith, compare as fotos do direito e do avesso da minha bermuda e me diga: alguma tecnologia têxtil conseguiria resultado tão perfeito?
Dedico aos meus jovens leitores, como a Fabiana Ferreira, a reprodução do texto onde falo sobre Neusa e Marco Januário, o casal que refaz qualquer tecido à mão. Se você ainda não conhece a centenária Casa Edith, compare as fotos do direito e do avesso da minha bermuda e me diga: alguma tecnologia têxtil conseguiria resultado tão perfeito?


Cerzidos
É bem provável que sua avó tenha sido cliente da Casa Edith. E dependendo da época em que nasceu, pode ter conhecido sua fundadora, alemã que chegou a Porto Alegre no início do século passado e ganhou fama com seus cerzidos precisos. Dona Edith vendeu o negócio, voltou para sua terra e os segundos donos tornaram a vendê-lo para Leda Therezinha Wenzel, ex-balconista da loja que continua oferecendo o mesmo serviço em outro ponto da cidade. Com dois funcionários pra lá de experientes (Neuza Januário foi criada dentro do atelier e ensinou o ofício para Marco, depois que eles se casaram), o local é um verdadeiro pronto-socorro para roupas furadas, poídas, queimadas ou que passaram pela ação silenciosa das traças. “Tudo dá para consertar”, garante Neusa, que refaz pedaços inteiros de algodão, malha, veludo, tactel ou qualquer outro tecido. Basta ter agulha e fios retirados de alguma sobra do pano, geralmente encontrada no avesso. “A padronagem mais complicada é a ´Sal&Pimenta´, porque a trama não é no mesmo sentido do desenho”, mas de qualquer maneira, o trabalho fica praticamente imperceptível. Experiência própria: para consertar uma bermuda de risca de giz condenada, a repórter que vos fala contratou a Casa Edith. E sempre demora alguns minutos para encontrar o lugar do defeito.
CASA EDITH
Rua General Neto, 73, Floresta
(51) 3311.7343
seg. a sex. 09h/18h30; sáb. 09h/12h.
sábado, 9 de agosto de 2008
Até amanhã
Escrevo em frente ao Brique da Redenção. Seu Fernandes, o homem que ganha a vida fazendo mini-brinquedos com palitos de picolé, não está. É o tipo do entrevistado que só vai saber do livro se eu for até ele, com as ditas páginas em mãos. Entrego o presente na próxima vinda. Meu avião parte amanhã de manhã.
quinta-feira, 7 de agosto de 2008
Eu, quem diria, nos dois lados da notícia
Sempre achei que ser jornalista é mais fácil do que ser entrevistado. De uma hora para outra, estou em ambos os lados - o que, cá entre nós, combina com minha vontade de entender o que as pessoas sentem.
Não tenho vergonha de confessar que me sinto superfeliz com a divulgação do livro. E assim mesmo, bem sem vergonha, mando o link pra matéria que saiu no ZH Moinhos de hoje, com direito a foto, nome dos filhos e do maridão. Se sobrar um tempinho aí, vire as páginas pra ver como as repórteres Melissa Becker e Thais Sardá (além de tudo, superqueridas) transformaram minha vidinha comum em assunto de jornal.
Não tenho vergonha de confessar que me sinto superfeliz com a divulgação do livro. E assim mesmo, bem sem vergonha, mando o link pra matéria que saiu no ZH Moinhos de hoje, com direito a foto, nome dos filhos e do maridão. Se sobrar um tempinho aí, vire as páginas pra ver como as repórteres Melissa Becker e Thais Sardá (além de tudo, superqueridas) transformaram minha vidinha comum em assunto de jornal.
quarta-feira, 6 de agosto de 2008
Conserto de gaitas, a lenda e a verdade
Os dias têm sido movimentados. Catarina, a minha menina, toma todas as minhas manhãs. Só à tarde saio pra rua, armada de caneta e bloquinho, na contínua caça por produtos e serviços curiosos de Porto Alegre.
Ontem entrevistei o (dizem) único homem que conserta gaitas de boca na cidade. Achou interessante? Estão esperem pelo post que devo escrever só na semana que vem, depois que tiver uma banda larga pra chamar de minha. Só pra dar uma palhinha, Emilio Saucedo tocou na Rádio Nacional nos anos 50 e se apresentou em teatro de revista junto com Virgínia Lane. Típico caso de história mais interessante do que o serviço.

Tudo isso depois de almoçar com meu amigo Rommel Simões, a melhor mistura de sensibilidade, inteligência e humor da minha agenda. Foi ele quem me entregou uma foto da família que pregou por toda a cidade, na década de 80, as tais placas dizendo "Conserta-se Gaita". Se você também acreditou na lenda de que o endereço era clínica de aborto, tóin!, eles consertavam gaitas mesmo.
Na semana que vem, depois de reencontrar meu escaner, prometo que a foto da família consertadora de gaitas estará aqui.
Cláudia, uma curiosa a seu serviço, volta a qualquer instante. Internet, bobeou, peguei pra mim.
Ontem entrevistei o (dizem) único homem que conserta gaitas de boca na cidade. Achou interessante? Estão esperem pelo post que devo escrever só na semana que vem, depois que tiver uma banda larga pra chamar de minha. Só pra dar uma palhinha, Emilio Saucedo tocou na Rádio Nacional nos anos 50 e se apresentou em teatro de revista junto com Virgínia Lane. Típico caso de história mais interessante do que o serviço.

Tudo isso depois de almoçar com meu amigo Rommel Simões, a melhor mistura de sensibilidade, inteligência e humor da minha agenda. Foi ele quem me entregou uma foto da família que pregou por toda a cidade, na década de 80, as tais placas dizendo "Conserta-se Gaita". Se você também acreditou na lenda de que o endereço era clínica de aborto, tóin!, eles consertavam gaitas mesmo.
Na semana que vem, depois de reencontrar meu escaner, prometo que a foto da família consertadora de gaitas estará aqui.
Cláudia, uma curiosa a seu serviço, volta a qualquer instante. Internet, bobeou, peguei pra mim.
segunda-feira, 4 de agosto de 2008
Adeus, bagunça!
Você já atrasou uma conta porque perdeu o boleto? Nunca encontra o controle remoto? Arruma as camisetas direitinho, mas quando puxa uma delas, a pilha cai interinha? A cada resposta positiva, aumentam suas chances de precisar de Claudia Mester. À frente da Faz por mim Assessoria Doméstica, a ex-comerciante de moda é especialista em organizar residências.
"Tenho soluções mágicas", diz a moça, que sabe onde comprar porta-tampa de panela, caixa transparente para sapatos e o Space Bag, embalagem a vácuo que faz uma pilha de edredons diminuir quatro vezes.
Entre no site e procure pelos cursos - sim, a santa Cláudia também te ensina a deixar o armário nos trinques. Bem que eu precisava disso.
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Um escritório comum, antes e depois da santa Claudia passar
FAZ POR MIM ASSESSORIA DOMÉSTICA
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atendimento com hora marcada
domingo, 3 de agosto de 2008
Velório pela Internet
É impressionante o interesse das pessoas por questões fúnebres. Eu mesma acho curioso. Na verdade, o que a gente tenta é decifrar o indecifrável.
Passando na Siciliano, fiquei sabendo que um dos verbetes mais comentados de “Os Endereços Curiosos de Porto Alegre” é o Velório pela Internet. Coisa do Crematório São José, supermoderno.
Para quem ainda não leu, aí vai o texto na íntegra:
Porto Alegre é a capital da cremação no Brasil. Segundo José Elias Flores Júnior, vice-presidente da Cortel, empresa que tem seis cemitérios e três crematórios no Rio Grande do Sul, a prática recai sobre 8% dos óbitos da cidade – índice que os Estados Unidos levaram 102 anos para alcançar e que suplanta o de São Paulo, igual a 5%. Para atender tamanho mercado, o Crematório Metropolitano São José, inaugurado em 2002, apostou na tecnologia. Com a permissão da família, três câmeras colocadas na capela transmitem ao vivo, pela Internet, a cerimônia de despedida. Por cerca de meia hora, de qualquer lugar do mundo, é possível ver quem está presente, solidarizar-se com os parentes e ouvir tudo, inclusive a mensagem de um frei franciscano e a música escolhida para a cerimônia. Para usufruir do serviço, é necessário ter nome de usuário e senha, desabilitados após o uso. De acordo com José Elias, 20% dos clientes querem a transmissão on-line, principalmente por causa de familiares que moram no exterior. “Fazemos um tributo à pessoa”, diz o empresário, ressaltando a importância dos rituais fúnebres: “é quando começa a aceitação”. Através do site, também é possível enviar mensagens que são imediatamente fixadas no painel de homenagens, onde ficam as fotos do finado em vida. Quando bater a saudade, é só ligar o computador, clicar na câmera do columbário (local para guardar as urnas) e fazer sua oração.
CREMATÓRIO METROPOLITANO SÃO JOSÉ
Avenida Professor Oscar Pereira, 584, Azenha
Tel.: 0800.512624
Horário de atendimento: 24 horas
Site: www.crematoriometropolitano.com.br
e-mail: crematorio@cortel.com.br
Passando na Siciliano, fiquei sabendo que um dos verbetes mais comentados de “Os Endereços Curiosos de Porto Alegre” é o Velório pela Internet. Coisa do Crematório São José, supermoderno.
Para quem ainda não leu, aí vai o texto na íntegra:
Porto Alegre é a capital da cremação no Brasil. Segundo José Elias Flores Júnior, vice-presidente da Cortel, empresa que tem seis cemitérios e três crematórios no Rio Grande do Sul, a prática recai sobre 8% dos óbitos da cidade – índice que os Estados Unidos levaram 102 anos para alcançar e que suplanta o de São Paulo, igual a 5%. Para atender tamanho mercado, o Crematório Metropolitano São José, inaugurado em 2002, apostou na tecnologia. Com a permissão da família, três câmeras colocadas na capela transmitem ao vivo, pela Internet, a cerimônia de despedida. Por cerca de meia hora, de qualquer lugar do mundo, é possível ver quem está presente, solidarizar-se com os parentes e ouvir tudo, inclusive a mensagem de um frei franciscano e a música escolhida para a cerimônia. Para usufruir do serviço, é necessário ter nome de usuário e senha, desabilitados após o uso. De acordo com José Elias, 20% dos clientes querem a transmissão on-line, principalmente por causa de familiares que moram no exterior. “Fazemos um tributo à pessoa”, diz o empresário, ressaltando a importância dos rituais fúnebres: “é quando começa a aceitação”. Através do site, também é possível enviar mensagens que são imediatamente fixadas no painel de homenagens, onde ficam as fotos do finado em vida. Quando bater a saudade, é só ligar o computador, clicar na câmera do columbário (local para guardar as urnas) e fazer sua oração.
CREMATÓRIO METROPOLITANO SÃO JOSÉ
Avenida Professor Oscar Pereira, 584, Azenha
Tel.: 0800.512624
Horário de atendimento: 24 horas
Site: www.crematoriometropolitano.com.br
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