segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Comum hoje, curioso na década que vem

Já tenho idade suficiente para conhecer coisas das quais os pós-adolescentes nunca ouviram falar. A prova está nas respostas que recebi do meu enteado, da minha sobrinha e do motorista de táxi de 20 anos que me conduziu em Porto Alegre. Quando perguntei se sabiam o que era um cerzido, nenhum deles sabia dizer.

Dedico aos meus jovens leitores, como a Fabiana Ferreira, a reprodução do texto onde falo sobre Neusa e Marco Januário, o casal que refaz qualquer tecido à mão. Se você ainda não conhece a centenária Casa Edith, compare as fotos do direito e do avesso da minha bermuda e me diga: alguma tecnologia têxtil conseguiria resultado tão perfeito?




Cerzidos

É bem provável que sua avó tenha sido cliente da Casa Edith. E dependendo da época em que nasceu, pode ter conhecido sua fundadora, alemã que chegou a Porto Alegre no início do século passado e ganhou fama com seus cerzidos precisos. Dona Edith vendeu o negócio, voltou para sua terra e os segundos donos tornaram a vendê-lo para Leda Therezinha Wenzel, ex-balconista da loja que continua oferecendo o mesmo serviço em outro ponto da cidade. Com dois funcionários pra lá de experientes (Neuza Januário foi criada dentro do atelier e ensinou o ofício para Marco, depois que eles se casaram), o local é um verdadeiro pronto-socorro para roupas furadas, poídas, queimadas ou que passaram pela ação silenciosa das traças. “Tudo dá para consertar”, garante Neusa, que refaz pedaços inteiros de algodão, malha, veludo, tactel ou qualquer outro tecido. Basta ter agulha e fios retirados de alguma sobra do pano, geralmente encontrada no avesso. “A padronagem mais complicada é a ´Sal&Pimenta´, porque a trama não é no mesmo sentido do desenho”, mas de qualquer maneira, o trabalho fica praticamente imperceptível. Experiência própria: para consertar uma bermuda de risca de giz condenada, a repórter que vos fala contratou a Casa Edith. E sempre demora alguns minutos para encontrar o lugar do defeito.

CASA EDITH
Rua General Neto, 73, Floresta
(51) 3311.7343
seg. a sex. 09h/18h30; sáb. 09h/12h.

Um comentário:

  1. Pois é...eu tenho 21 anos e sei oq é um cerzido!!! pode ser pq minha mãe e a minha vó sempre falam!!! e eu até acho bem engraçado qndo acontece disso, das pessoas usarem umas palavras pouco conhecidas...dia 20 de julho, fui ao aeroporto levar o meu amor...ele viajou...e nisso, minha amigona ligou lá pra casa, pq tínhamos combinado de sair, já que era dia do amigo, e minha mãe atendeu e disse que eu não tava em casa pq tinha "ido ao aeroporto levar broto dela"!!!ahusuahsusa...a minha amiga me contou depois e nós rimos!!! mas mãe pode né?!?
    brigada pela homenagem!!
    adoreeeii!!! e como eu disse, vou continuar acompanhando!!!
    qnto a tua viagem, boa viagem!!!e depois publica tudo que tu fizer lá e descobrir pra gente!!!
    grande bjooo Cláudia!!!

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