terça-feira, 12 de agosto de 2008

Conserta(va)-se gaita

Promessa é dívida. Consegui a página da revista Wonderful que, em 1995, fez o perfil da família que espalhou mais de 500 placas dizendo “Conserta-se gaita” em Porto Alegre. Muito antes do marketing viral, os Ameijeiras descobriram um jeito baratésimo de divulgar seu ganha-pão.

A coisa funcionou tão bem que até hoje, apesar das placas terem sumido, ainda se fala no assunto. No Orkut, há uma comunidade onde os jovens batem boca e não conseguem chegar a uma conclusão – seria tráfico de drogas ou fachada de clínica de aborto? Como vocês podem ver, não era uma coisa, nem outra.

Norberto, Eclemira e Cândido, que também era médico


Conheço o Paulo Pitanga, autor da foto. Além do Ricardo Baptista e da Claudia Tajes, que resolveram conferir o endereço de perto. Na virada dos anos 90, meus amigos bateram na casa da rua Tapuias com uma gaita de boca, mas não conseguiram dar jeito no mini-instrumento. Com sangue portenho nas veias, a família só arrumava acordeons.

Para quem quer saber por que o endereço não está no meu livro: liguei para o Norberto em 2006, no início das pesquisas, horas antes de voltar para São Paulo. Feliz da vida, o consertador combinou a entrevista para dois meses depois e contou que seus pais tinham falecido recentemente. Quando liguei de novo, atendeu um homem que se dizia chileno e que eu só sei que era mal educado - me mandou esquecer o assunto, quase desligou na minha cara. Com o Norberto, criador da propaganda eficientíssima, consegui falar um tempo depois. Ele desistiu do ofício. E negou qualquer contato.

Mas que consertava-se gaita, consertava-se.

11 comentários:

  1. E daí queri!! Nem sabia que tu estavas com um blog. Adorei a história das Gaitas. Essa lenda é velha. Acho que me lembro dessa reportagem da Wonderful. Beijo grande, Ric.

    ResponderExcluir
  2. Oi Cláudia!! Vi teu comentário na comunidade do orkut e vim aqui dar uma olhada no teu blog. Eu estava olhando a comunidade das gaitas em razão de um texto, sobre esse tipo de propaganda, no blog do ZH Moinhos. E fiquei surpresa ao ver que tu eras a mesma jornalista que escreveu o livro "Os endereços Curiosos de Porto Alegre", também já indicado no Blog do ZH Moinhos. Parabéns pelo teu belo trabalho!!! Úrsula.

    ResponderExcluir
  3. Obrigada, Úrsula. Fico tão feliz quando recebo um comentário! Vou ficar contente se voltares sempre :)

    ResponderExcluir
  4. Oi Cláudia! Qyu legal o teu blog! Adorei encontrar seu recado. e parabéns pela publicação dos "endereços curiosos". O Antológicos vai ser lançado dia 26 na cultura, então acho que depois disso deve ter para venda na internet. Se não tiver, a gente tem. beijos

    ResponderExcluir
  5. Ainda insisto na teoria da Clínica! hehehe

    Mas otima a pesquisa!

    Daniel Grossmann

    ResponderExcluir
  6. Pô, eu tava convencido já que era clínica de aborto mesmo. Um monte de gente no Orkut falou que tinha mandado parente abortar lá.

    ResponderExcluir
  7. Sensacional!
    É impressionante como essa propaganda deu resultado e caí de costas quando encontrei uma comunidade dedicada à "Tapuias 135".
    Parabéns pela matéria!

    ResponderExcluir
  8. Claudia sou teu fa.consegui teu livro depois de muita procura.abracos...

    ResponderExcluir
  9. Mas se um deles era médico, tem uma boa chance de ser uma fachada para clínica de aborto

    ResponderExcluir
  10. tenho 60 anos e me criei em ipanema, alem de consertar gaitas o seu Guido ainda consertava bicicletas minha primeira bicicleta foi comprada dele, usada claro ! kk e na esquina da tapuias ainda tinha uma professora que tinha um pre escolar dona Iris ali me alfabetizei kkk

    ResponderExcluir
  11. essa historia de clinica de aborto e trafico e muita invençao! tem que conversar com os velhinhos de ipanema! kkk tomavamos banho na frenta da taba no tempo que a delegacia era de madeira, do lado da igreja! kk faz tempo!

    ResponderExcluir