sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Dica chic: louça do Titanic

Várias pessoas me perguntam como eu descubro coisas curiosas. Claro que meus olhos já estão treinados, mas o fundamental é querer achar. Vai por mim: se você entrar numa loja com olhos enxeridos, mirando o diferente, vai encontrar muito mais coisas do que imagina.

Foi o que fiz ao visitar a Cook Store, paraíso de gourmets e de noivas que cobiçam cozinhas equipadas. Papo vai, papo vem, soube que a loja (bingo!) vendia a mesma louça usada no restaurante do Titanic.

Da marca alemã Villeroy & Bosch, fundada há 260 anos, os pratos, bules, xícaras, molheiras e travessas (o jogo completo tem mais de 100 peças) são chiquérrimos. Para produzi-los, a fábrica usa pouquíssimos processos mecânicos, pintando e colando todos os detalhes a mão.



O modelo do Titanic, que aparece aí em cima, é o Old Luxemburg. Uma unidadezinha do prato raso custa 160 reais. Não souberam me dizer de cabeça o nome da linha que o príncipe Charles usa no seu palácio de verão, mas também dá para encomendar.

Segundo Fernando Pascoal, dono da Cook Store, “a tendência é não comprar a bateria completa”. Em outras palavras: é possível levar a xícara, o pires e colocá-los sobre um prato de sobremesa azul mais econômico, misturando cores e estilos. Não sei quem foi que disse, mas eu concordo: a elegância está nos detalhes.

COOK STORE
Rua Pedro Ivo, 844, Mont´Serrat
(51) 3333.3300
cookstore@cookstore.com.br
www.cookstore.com.br

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Haloween brazuca: onde alugar fantasias para crianças e adultos

Ano passado, no dia 31 de outubro, as crianças do meu prédio bateram três vezes aqui em casa, pedindo doces por causa do Haloween. Lembrei que tinha vontade de fazer o mesmo, lá nos anos 70, quando a tal festa só aparecia nos filmes americanos da sessão da tarde. Vejam o que fez a (desculpem a palavra prostituída) globalização.

Pra quem tem dez anos, deve ser divertido vestir uma fantasia amedrontadora e intimar os vizinhos. Só não adianta fazer como o Eric, amigo do meu filho, que enfiou um saco de supermercado na cabeça e queria, só por isso, levar nosso estoque de M&M´s. Se seu rebento for se americanizar amanhã, poupe o pimpolho da enjambração e procure a Celebration Complex.

Entre as cinco mil fantasias que a casa aluga, você não encontrará grande variedade infantil, mas há roupas de drácula, chapéus e vestidos de bruxa. Pelo jeito, os adultos estão mais interessados em se fantasiar: a maioria das peças disponíveis cabe apenas em gente grande.










A temida
luva do
Fred Krueger: um dos itens
da fantasia
alugada pela
Celebration, que ainda tem
máscara, chapéu
e blusa listrada



Caso você queira recuperar a infância perdida e decida ameaçar o apartamento ao lado junto com os pequenos, evite o mico locando um modelito cuja máscara cubra a cabeça – é só ficar calado, no máximo grunindo, pra não ser reconhecido. Aos fãs de A Hora do Pesadelo, recomendo a fantasia do Fred Krueger, interpretado pelo sempre temível Robert Englund, que pode inspirar outras brincadeirinhas. Gogglei agora o ator e descobri que ele estrelou, a paisana, junto com a estrela pornô Jena Jameson, a nova comédia de terror erótico Zombie Strippers.

CELEBRATION COMPLEX
Rua Mariante, 483, Rio Branco
(51) 3332.6085
tancau@terra.com.br
www.celebrationfantasias.com.br

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Dia do Livro: onde comprar a história da igreja Maradoniana

Hoje é o Dia do Livro. E hoje, também, Maradona foi manchete em vários veículos da imprensa. Sem dar bola para os críticos, Dieguito foi confirmado como novo técnico da seleção argentina.

Apesar da rixa gaúcha com los hermanos, bastou juntar lé com cré pra lembrar da Calle Corrientes, livraria e sebo que só vende edições em espanhol. Achei a dita vasculhando a Internet e visitei o lugar num dos meus périplos pelo centro de Porto Alegre. Jamais imaginaria que naquele prédio antigo da rua Uruguai, esquina com a avenida Mauá, havia uma sala lotada de textos diagramados na terra do tango, na Espanha, no Uruguai e no México.

Ao chegar no local, não espere encontrar vitrine ou fachada. Suba pelo elevador, bata na porta e aguarde. Com sorte, você será atendido por Miguel Gómez Ángel, dono do estabelecimento, que nasceu perto de Buenos Aires e viaja peridiocamente pra lá, trazendo novidades e pedidos de clientes. No meio da pequena loja, é bom dizer, também há CDs e DVDs castelhanos.

Como a Calle Corrientes estará na Feira do Livro, é melhor esperar o final da festa para conhecer o endereço. Enquanto isso, procure o estande 2 do setor Internacional se quiser comprar um exemplar de Iglesia Maradoniana – La mano de D10S (assim mesmo, com o número 10 no meio).

Editado em 2007, o livro conta a história da (dizem) única igreja do mundo que reverencia um jogador de futebol. Além de celebrarem casamentos e realizarem batizados durante o ano, seus milhares de fiéis se reúnem hoje, véspera da data de nascimento de Jesu... ôps!, Maradona, para comemorar o Natal.



Clique aqui
para ler uma
palhinha do livro

em PDF



CALLE CORRIENTES
Rua Uruguai, 35, sala 231, Centro
(51) 3226.0995
callecorrientes@portoweb.com.br
www.callecorrientes.com.br

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Doutor de plantas

Devo ter mais de dez mortes no meu currículo. Pelos meus cálculos, já matei um fícus, dois buchinhos, duas maria-eugênias, três moréias e o mesmo número de temperos em vaso. Não que eu não tenha sentido a aproximação do fim, mas aí, já era tarde. Se estivesse em Porto Alegre, provavelmente chamaria Jorge Moreira Filho.

Depois que se formou em agronomia, Jorge perdeu as contas das dicas que deu de graça. Sempre aparecia uma criatura querendo sua opinião sobre um problema vegetal. Com o tempo, ele percebeu que poderia ganhar algum dinheiro com isso e começou a dar consultas em domicílio.

Se você tem uma árvore, uma flor ou uma planta doente, Jorge vai até o local, diagnostica o mal e receita a solução. Quando o problema é simples, resolve na hora mesmo. Diante de situações mais graves, prevê o número de retornos e os passos necessários para a cura. Pode ser poda, adubação, troca de vaso, aplicação de remédios ou transplante.

O preço do serviço é calculado por hora e não inclui materiais. Tampouco técnicas sensitivas. Pra quem acredita que conversar com as plantas faz bem a elas, o doutor de jardins esclarece: “isso pode funcionar como terapia, mas só pra gente mesmo”.

JORGE MOREIRA FILHO
(51) 9908.0983
jmfilho1@bol.com.br

domingo, 26 de outubro de 2008

Lente poderosa, miopia potencializada

Tive uma amiga que esperava ansiosamente os 50 anos para, enfim, desfilar de baiana na Sapucaí. Será que alguém valoriza as próprias rugas, só por elas serem entrevistadas nas eleições? O texto do Marcelino Freire dá pistas que não.

VOVOZONA

Ah! Meu filho. Vem sempre uma TV me ver. Entrevistar. Aos 90 anos eu vou mais uma vez me arrastar. Para votar. Ceguinha. Vou teclar no candidato. De curvada memória. Nem é preciso anotar. Pra quê? Hoje todo mundo vai dizer. Que estou caduca. Em tempo de morrer. Ah! Meu filho. É um cansaço tão comprido. Este meu dever. Cívico. Sei que não tenho mais físico. Mas o povo gosta. Deste lado falido. Heróico. Na hora em que coloco o meu vestido. O mocinho me acompanha. Vai um repórter em minha cola. Até a zona. Ah! Meu filho. Ando tão raivosa. Tão pouco bondosa. Ultimamente. Quando menos esperarem. Ave! O que deu na senhora? Ali mesmo. De repente. O meu protesto. Sei que demorei. Era para ter feito. Desde a época do Getúlio. Ora. Eu sei. Mas a vida vai nos amassando. A gente vai acreditando. Pondo fé. Pois é. No milagre que não vem. Meu Deus! Amém! A pensão do falecido. Caiu no esquecimento. O meu amor. No chão. Debaixo da terra. O tanto que ele era ciumento. Eu não podia me arrumar. Lá vai ela passear. Madalena. Cheia de pluma. Ruga. Cheia de pena. Eu sonhava ser artista de cinema. Ah! Meu filho. Por isso que eu acho. Gosto desta luz em cima do meu osso. Fraco. Mas desta vez. Cansei. Repito. No meio de todo mundo. Foi. Foi. Acocorei. E tudo aquilo que eu guardei. Saiu de mim. Aquele peso. Fedido. Ri. Ri. Ri que suei. Vão dizer que estou no fim. Ah! Meu filho. Mas só agora é que eu comecei.

O velhinho que apareceu ontem na cobertura do pleito estava de terno e gravata porque “era dia de festa”. Só sendo do tempo em que hombridade era lição de casa para ter tamanha consciência cívica. Só sendo de agora para estranhar sua elegância.

Deveríamos todos, claro, aprender com ele. Mas nada justifica a falta de criatividade dos repórteres em volta da urna. Como o voto é obrigatório e o humano, instigante, tenho certeza de que sobram figuras diferentes para focar. Não agüento mais o mesmo personagem. Não entendo a miopia dessas lentes.

Desculpem se fujo do assunto. Perdoem esse post sem dica nenhuma. É que eu acho a mesmice curiosa. Por que olhos diversos enxergam sempre pelo mesmo ângulo?

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Chá de lingerie no motel

Quando eu tinha 20 e alguns anos, não entendia como certo empresário gaúcho, hoje radicado em São Paulo, promovia churrascos para os amigos em motéis. É claro que eu deduzia o propósito, mas achava de extremo mau gosto. Hoje, tive mais uma prova de que a criatividade altera conceitos e de que minha opinião (graças!) pode mudar. Deve ser engraçado participar de um chá de lingerie num lugar assim.

Desde setembro, o Sahara tem alugado seus quartos maiores para noivas que querem se despedir da solteirice ao lado das amigas. Antes que você pense besteira, já digo: não rola sacanagem. No máximo um pênis de borracha preso com ventosa na parede, dicas de sexólogas ou strip-teases masculinos - apesar de não haver qualquer convênio com estes serviços, a gerência fornece o telefone dos profissionais.



Por causa do grande número de convidadas, os eventos acontecem nas suítes Grã-Kalifa ou Grã-Vizir, que eu já tinha visitado na época do livro. Fico imaginando o tititi da mulherada ao chegar no ambiente pseudo-otomano que tem duas camas, pista de dança, piscina, ofurô, home-theater, churrasqueira e (pasmem) quatro andares, acessados somente por elevador.



Lissandra Dionisi, gerente da casa, me contou que todas as festas organizadas até hoje aconteceram em domingos à tarde: “é bem dia de chá”. Se a cliente quiser levar as bebidas, eles fornecem as taças. Caso não consuma nada, nem um chocolatezinho erótico, é preciso pagar uma taxa pelo uso da louça e do gelo.

A maioria das participantes são moças acostumadas com a característica hospedagem de quatro horas, mas também comparecem mulheres que nunca pisaram em local parecido – aposto que são as que se divertem mais. Que bom que só uma nubente desistiu da reserva por causa do velho tabu: “a mãe dela disse que não iria, se o chá fosse num motel”.

E você, também faria sua festinha por lá?

MOTEL SAHARA
Rua Rio Branco, 880, Ponta Porã (Cachoeirinha)
(51) 3471.4080

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Extra! Extra! Como comprar um caneco de chope proibido

Foi o Helio Wolfrid, dono do Museu da Cerveja, quem me contou hoje à tarde: em 1980, ele estava com Clóvis Duarte na Oktoberfest de München, Alemanha, quando o jornalista tentou sair da festa carregando o caneco que tinha usado para beber. Só que é proibido ficar com o souvenir. E logo apareceram os guardas de verde, vociferando em alemão. O Clóvis pediu desculpas, disse que não sabia da regra. Mas a alfândega alcoólico-germânica não amoleceu. Confiscou a lembrança e quase o prendeu.

A boa nova é que Helio esteve no mês passado em Munique, quatro dias antes da Oktoberfest 2008, e tratou de importar alguns exemplares da tal caneca Masse de 1 litro, medida oficial da beberrança. Feito em cristal da Baviera e pesando quatro quilos, o supercopo vem acompanhado de uma lata da cerveja Paulaner, criada especialmente para o evento. Para quem acha que é muito trago, o empresário calcula: "quando vão a um barzinho, as pessoas tomam três chopes fácil... e cada um tem 330 ml".


Para se ter uma idéia da procura, desde a última terça-feira, data inicial da venda, a loja virtual e física vem comercializando a média de 18 unidades do caneco por hora. É a sua chance de ter uma concorrida breweriana (neologismo inglês que define qualquer produto ou fato relacionado à loira gelada) e de falar o que os milhões de visitantes da mais famosa Okberfest do mundo gostariam de dizer: “eu consegui”.

MUSEU DA CERVEJA
R. General Neto, 15, Moinhos de Vento
(51) 3062.8400
beer@portoweb.com.br
www.museudacerveja.com.br

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Vestindo o chapéu

Tem coisas que a gente acha um charme... nos outros. No meu caso, o melhor exemplo são os chapéus. Gosto de vê-los de novo nas ruas, admiro figurinos dos anos 40 e até tenho um exemplar preto – mas quem disse que consigo usar?

Talvez pela minha admiração distanciada, possivelmente por ter morado pertinho, entrei na M.G. Lança supercuriosa. Instalada numa casa antiga de porta e vitrine, a loja vende um número sem fim de chapéus, boinas, viseiras e bonés. Enquanto durarem os estoques, dá pra fazer uma festa com os modelos da marca inglesa Kangol, que já protegeu as cacholas dos Beatles, do Samuel Jackson, do B.B.King e da Madonna.



No mesmo local, também é possível comprar modelos das marcas nacionais Cury, Pralana ou Marcatto. As padronagens incluem xadrez, tweed e espinha de peixe. E se você for um hard user, pense na praticidade do chapéu-carteira – ele se dobra, fica guardado numa lata e não amassa.

M.G.LANÇA
Rua Eudoro Berlink, 434, Mont´ Serrat
(51) 3332.2051
mglanca08@gmail.com
www.mglanca.com.br

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Ucho, ucho, ucho...o motorista é gaúcho

Um paulistano me disse que só dois estados brasileiros valorizam realmente sua identidade: Bahia e Rio Grande do Sul. Eu discordo. Como porto-alegrense, reconheço o orgulho de quem nasceu tomando chimarrão. Mas, por ter visitado todas as capitais litorâneas até Fortaleza, sei de tradições arraigadas em vários pontos do país. O que parece é que pouca gente, como os gaúchos, faz questão de exibir seu RG por aí.

Moro há quase seis anos em São Paulo e nunca, nunquinha me deparei com outra bandeira estadual colada nos carros, a não ser a do Rio Grande do Sul. A coisa é tão notória que encontrei uma matéria sobre o assunto numa Isto É de 1998.

Nas últimas semanas, fotografei vários exemplos só nas ruas da zona sul. A terceira imagem, além da sigla estampada em verde, vermelho e amarelo, tem uma declaração no canto direito inferior: "como é grande o meu amor pelo Rio Grande". Se tudo aqui não fosse tão longe e atopetado, iria até o Bourbon da Pompéia, onde tenho certeza de que encontraria outros adesivos para clicar.


Não acho que o pôr do Sol no Guaíba seja o mais bonito do mundo e ainda me divirto com o refrão entoado para João Paulo II em 1980, quando ele visitou Porto Alegre - “ucho, ucho, ucho, o Papa é gaúcho”. Também não pretendo comprar um adesivo parecido. Mas confesso que, ao passar pelos ditos cujos, me dá vontade de abanar.

Na sua opinião, por que o gaúcho gosta tanto de bradar suas origens? E se costuma circular por São Paulo, me diga: já viu algum carro com a bandeira de outro estado por aqui?

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Carrinho para beb... (ôps) cachorros

Antes de fazer bilu-bilu para o bebê que se aproxima num carrinho, certifique-se de que o passageiro é humano. Nas duas lojas da Águia Veterinária, é possível comprar um veículo tão incrementado quanto os das crianças, só que feito para cachorros.

Da marca Hércules, conhecidíssima pelos acessórios para recém-nascidos, o Pet Car tem capota com mosquiteiro, bolsa para objetos, colchão removível, cesto na parte de baixo e freio nas rodas traseiras. Para caber no carro, dobra-se inteiro. E ainda se transforma em moisés.

Segundo as atendentes da pet shop, a grande utilidade do carrinho é transportar ninhadas completas ou animais que fizeram cirurgias. Quem não gostar da cor disponível pode encomendar o acabamento que combina melhor com seu cão – ou, mais provável, com os critérios fashionistas do dono. No site do fabricante (o da loja, pelo menos hoje, está fora do ar) há 12 padronagens diferentes de tecido para escolher. Inclusive petit-pois e abelhinhas.





ÁGUIA VETERINÁRIA
Av. Protásio Alves, 220, Rio Branco (e mais um endereço)
(51) 3330.1385 e 3026.3695
aguiaveternaria02@yahoo.com.br
www.aguiaveterinaria.com.br

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Poesia na mão

Palavras também são enfeites. De uns anos pra cá, decoram paredes. Inclusive as paredes do apartamento da Danuza Leão, que colou na sala de jantar uma frase em francês: “não vejo ninguém, não almoço com ninguém, não janto com ninguém”.

Pra quem enjoou de adesivos e quer dizer sem falar, a sugestão é conhecer a pulseira Poesia, criada por Cristie Boff. Ao comprar o modelo da foto, você carregará no punho a citação que nunca esqueceu ou o texto que não tem coragem de tatuar. Se o cliente não estiver inspirado, a porto-alegrense que passou sete anos em Firenze, onde estudou na escola de joalheria contemporânea Alchimia, sugere versos como os de Carlos Drummond de Andrade:



"...Não perca um minuto só
Neste regime sensacional
Pois a vida é um sonho e, se tudo é pó
Que seja pó de amor integral"


(do livro "Declaração de Amor")




Produzido sob encomenda, o mimo de prata pode estampar até cinco frases - já houve gente que perpetuou homenagens apaixonadas e idéias imperativas em latim. As letras são marteladas a mão, no atelier que a designer montou em casa, onde faz outras jóias incomuns. Vá até lá ou solicite uma visita para conhecer as peças com penas de pavão, de papagaio, resina e grãos. Até o final de outubro, o site da artista estará no ar.


CRISTIE BOFF
(51) 9991.7777
cristieboff@terra.com.br
www.cristieboff.com
com hora marcada

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Puxa-saco (ui!) literal

Na década de 90, quando fui trabalhar no Jornal de Santa Catarina, morei com três colegas de redação. A Caren Pinós, ao contrário de mim, era extremamente organizada. Até então, eu nunca tinha visto alguém que desse real atenção às sacolas de supermercado. Quando chegávamos das compras, ela sentava no colchão-sofá da sala e dobrava-as origamicamente, até virarem pequenos triângulos.

Pra quem não tem essa paciência de Jó, existem os puxa-sacos. Alguns são fabricados industrialmente, outros saem da máquina de costura. Nenhum vem com o humor que tem esse da foto.

Criado e vendido pela Imaginarium, o produto de 62,5 centímetros de altura é feito com prolipropileno e deixa a área de serviço divertida. Só não sei se os homens vão gostar. Pelo que conheço da alma masculina, deve dar agonia só de olhar.


IMAGINARIUM
Rua João Wallig, 1800, loja 279, shopping Iguatemi (também no shopping Praia de Belas)
(51) 3334.1800
www.imaginarium.com.br

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Saiu o resultado do concurso

Terminou hoje o singelo concurso do Salada Pronta. Daqui alguns dias, Maria Aparecida Bittencourt vai receber em casa seu exemplar de “Os Endereços Curiosos de Porto Alegre”. Foi ela quem me falou da assistência técnica que recupera geladeiras retrô como essa aí de baixo. É um achado pra quem herdou a Frigidaire da avó e precisa dar uma bossa na churrasqueira.

A Aparecida também me contou sobre a empresa que consegue detectar vazamentos hidráulicos sem quebrar as paredes. Com três pautas pautas interessantes (a terceira é o brechó infantil onde dá pra comprar aqueles carrinhos praticamente supersônicos), nada mais justo do que ela levar o prêmio.

Outra dica bem útil veio da Maria Ignez e da Isabel Costa Franco. Mãe e filha experimentaram o serviço que eu batizei de personal tinturista: você leva a amostra da cor que pretende dar a um tecido e a profissional chega no tom exato. Se o vestido de festa estiver manchado, também dá-se um jeito.

Beatriz Limberger, que é jornalista, trouxe uma informação exclusiva: Porto Alegre ganhará um restaurante recordista. Com inauguração prevista para novembro, o lugar oferecerá a maior carta de vinhos em taça do Brasil, com 40 rótulos de vários países do mundo.

Só lamento não ter dado certo o esforço do Diego Lopes, dono do Só mais um blog. Por causa do concurso, ele chegou a passar novamente numa ruela próxima à rodoviária, procurando o paradeiro de um serviço curiosíssimo. Não estava mais lá a placa que anunciava “destruição de documentos sigilosos“.

Obrigada, gente, por ficarem de butuca. Se houvesse um clube porto-alegrense dos curiosos, vocês já eram sócios remidos. Os posts serão publicados aos poucos, assim que eu conseguir fazer as entrevistas.

Para quem leu até aqui, pergunto: o que você achou das dicas?

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Comprimido mágico: transforme água suja em água potável

Certos endereços que visitei em Porto Alegre me deixaram numa sinuca de bico. Respeitando o projeto editorial do livro, precisei eleger apenas uma curiosidade de cada local para destacar no título. No caso da Cioccari Sport, a tarefa foi difícil.

Fundada em 1958 para vender munições e armas de fogo, a casa virou loja de equipamentos para aventura. Lá dentro, a gente encontra tinta para camuflagem e canetas-faca - onde deveria estar a carga, fica a lâmina.

Para quem, como eu, não tem apreço por barracas, matagal e mosquitos, um dos produtos mais curiosos é o Clor.in – ou, em bom quimiquês, Dicloro-S-Triazinetrione de Sódio. Se você colocar uma pílula em um litro de água suja e esperar meia hora, ela fica potável. Também deve agradar os obcecados por limpeza. Apesar de eu não ter testado, o bactericida existe há 20 anos. Segundo o fabricante, não tem contra-indicações, eliminando os microorganismos responsáveis pela cólera, hepatite A, disinteria e amebíase. Não é a toa que o produto faz sucesso nas Forças Armadas e na Cruz Vermelha.


CIOCCARI SPORT
Av. Carlos Barbosa, 857, Medianeira
(51) 3223.8321
cioccari@cioccari.com.br
www.cioccari.com.br

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Curso de culinária tailandesa - como aumentar o próprio tempero

Que carro bacana, que nada. Segundo pesquisa publicada ontem na Folha de São Paulo, facas de bom corte, panelas bonitas e temperos variados são a nova arma de sedução masculina. Para 48% dos entrevistados, todos britânicos, pilotar um fogão com maestria é meio caminho andado para se transformar num pegador – não de massas, mas de mulheres.

Sabendo disso, resolvi começar a semana com uma dica que, cá entre nós, é pra lá de sedutora. Qual mulher com mais de 25 anos resiste a um pretendente que a convida para jantar na sua casa, serve um bom vinho e prepara uma rede comestível com as próprias mãos?



Em Porto Alegre, quem pode ajudar a aumentar seu poder de sedução é Bryan Parsley. Inglês na certidão, chef por paixão e viajante com vários carimbos exóticos no passaporte, ele criou o Baan Thai Curso de Culinária Tailandesa. Geralmente aos sábados, no salão de festas do seu prédio, fala do menu, parte para o fogão e convida os alunos a fazerem o mesmo. Depois de pronto, o banquete é traçado no local.



Acesso o site do Baan Thay para ver quando haverá novas turmas e conhecer os cardápios disponíveis, divididos por tradição, nível de dificuldade e de pimenta. Com exceção dos cursos de petiscos e de escultura em vegetais, todos os outros incluem entrada, prato principal e sobremesa. Grupos fechados conseguem agendar datas diferentes e escolher os pratos preferidos.

Como se vê nas fotos, mulheres são muito bem-vindas. Mas eu deixaria o homem ir sozinho. De posse dos devidos ingredientes, seu marido pode se transformar no que a Inglaterra está chamando de gastrossexual e criar uma noite de dar água na boca.

BAAN THAY
R. Fabrício Pillar, 770, Mont´Serrat (salão de festas)
(51) 3026.8000 e 9971.2338

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Dia de ser criança: onde comprar e consertar brinquedos antigos

No comentário que fez hoje na rádio BandNews, Rosely Sayão falou sobre a importância dos pais contarem da própria infância para os filhos. Quando digo para o Pedro que ganhei minha primeira bicicleta de um namorado jamais beijado, ele ri da minha cara. A pequena adora pensar na mãe tentando dançar ballet. Lembrando da criança que fui, fica mais divertido entrar na brincadeira. Percebendo que também tive medo, eles se perdoam com facilidade e me enxergam com lente de aumento.

Voltar a ser criança é o melhor presente que podemos dar no dia 12 de outubro. Pensando nisso, vale dar uma passada na Centrotécnica de Brinquedos, onde você encontra jogos da Estrela, da Grow, da Glaslite e de outras marcas que faziam sucesso entre os anos 70 e 80. Não acredito que os infantes larguem o vídeo-game, mas depois de terminada a batalha digital, toda a família pode se reunir na sala para disputar partidas de Combate, Morcegos Equilibristas ou Caça Monstro.

Para o ano que vem, seja precavido, visite a loja antes do Dia das Crianças e peça para Luiz Oscar Berthold ressuscitar seu passatempo preferido. Em prateleiras de quase quatro metros de altura, o engenheiro que projetou o primeiro tiro ao alvo nacional de tevê guarda um dos maiores estoques brasileiros de peças para brinquedos antigos. No depósito da casa, há componentes originais dos primeiros autoramas. Separados em caixas imensas, também sobrevivem braços, pernas, mãos, cabeças e troncos da Suzi e da Mãezinha. Pena que a minha Guigui (igualzinha a esta da foto) não existe mais.

CENTROTÉCNICA DE BRINQUEDOS
Av. Plínio Brasil Milano, 2224, loja 2, Passo D´Areia
(51) 3361.4655
casiocenter@cpovo.net

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Personal doméstica

Logo que o Orkut surgiu, entrei na rede. E só não saio porque ainda recebo mensagens do além – vira e mexe, aparece uma pessoa que nunca imaginei ver de novo. Tanto que abandonei a primeira, última e aflita comunidade de minha autoria: "eu chutei a santa padroeira das empregadas domésticas”.

Se você também já penou com o turn over de secretárias do lar (ninguém aqui disse que a culpa é delas), vai gostar de conhecer Júlia Macedo. Funcionária da Prisma Gestão de Pessoas, ela executa a função de Personal Doméstica.

Como os professores de ginástica que ensinam exercícios sob medida, onde o cliente quiser, dona Julia vai a sua casa e mostra à empregada como deixar a residência nos trinques. Durante dois dias, mais ou menos, dá dicas práticas de organização, limpeza, higiene, economia, cardápio, apresentação, postura e outros macetes que aprendeu no dia-a-dia, quando ainda morava em Caçapava e fazia parte da alta sociedade local. Na hora de arrumar os armários, a superdona de casa separa as peças por cores. Se o cliente costuma receber amigos, ensina a montar a mesa. E ainda mostra como ser eficaz ao telefone.

“Não existem administradores de empresas? Dona Júlia é uma administradora de casas”, resume Adriana Cardoso. Segundo a proprietária da Prisma, o serviço faz sucesso entre homem recém-separados e é possível contratar lições específicas – a falha pode estar apenas na arrumação do closet ou da cozinha.

O preço é calculado por dia e as aprendizes só precisam saber ler e escrever. Nem que seja pra anotar na geladeira: “Dona Fulana, fiz todas as compras. Na próxima vez, também faço a lista pra não sobrar muita coisa”.

PRISMA GESTÃO DE PESSOAS
Rua Vigário José Inácio, 399, sala 707, Centro
(51) 3212.5978
poa@prismarh.com.br
www.agenciaprisma.com.br

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Jardim no telhado

Bem que eu gostaria de morar numa casa. Pé no chão, café da manhã no pátio, crianças brincando na grama, tudo isso me atrai. Melhor seria ter paredes cobertas por trepadeiras, mas já cansei de ouvir que dá um trabalho danado. Para quem também sente falta do verde quando acorda, a alternativa made in Porto Alegre pode ser o Ecotelhado.

Criado pelo engenheiro agrônomo João Manuel Feijó, o sistema une caixas de 35x68 centímetros que já vêm com plantas enraizadas, cobrem qualquer revestimento e são instaladas rapidinho. Se não chover por muito tempo, a vegetação resiste. E o que é melhor: não precisa de rega, nem poda.





Ao que tudo indica, a única desvantagem da invenção é acabar com o barulho da chuva batendo no telhado. Em compensação, você tem chance de plantar orquídeas no próprio jardim suspenso e mostrar que é ecologicamente correto. Em 2007, o produto foi um dos ganhadores do prêmio Planeta Casa, promovido pela revista Casa Claudia.

ECOTELHADO

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Technorati comprova: Salada Pronta é raridade na blogosfera

Não é mole postar todo dia. A não ser que você seja um Ricardo Freire da vida e consiga pagar suas contas com isso. De acordo com o último relatório da Technorati, existem 133 milhões de blogs no mundo. Apenas 1,1% foi atualizado na última semana da pesquisa.

Fico cheia de dedos pra dizer que hoje, infelizmente, não vai dar tempo de publicar curiosidades. Mas se eu olhar os números do gráfico acima, até que estamos no lucro.

Amanhã nos vemos. Sem falta.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Restaurante? Residência? É os dois

Dez vez em quando eu lembro que milhares de gaúchos desembarcam em São Paulo toda semana e não vejo mal em falar de curiosidades daqui. No último sábado, fomos almoçar no Pilico e Bia. Como o restaurante funciona na residência do casal e não tem qualquer indicação na fachada, cheguei a (nada brilhante) conclusão de que este deveria ser o post de segunda-feira. E lá fui eu, entre filhos com fome e a bagunça organizada do local, tirar umas fotos para o blog.


No começo, era um aperto. Só cabiam quatro mesas de plástico na primeira casa de Pilico, o cozinheiro, e Bia, a multi-tarefa. Depois, eles se mudaram para a Cunha Gago, quase ao lado do Instituto Tomie Othake, onde tive o prazer de comer, pela primeira vez, a especialidade da dupla: frutos do mar. Quem também estava por lá e abriu a porta pra nós foi o Edgard Scandurra.

Agora, a comilança tem mais espaço: cabem 60 pessoas no lugar onde deveria ser a sala da família. Ao contrário do extenso cardápio, que oferece até centolla, o ambiente continua sendo muito simples.


Antes que o pedido chegasse, fui até a cozinha. Disse pra minha filha que o boneco desenhado no guardanapo existia. Lógico que a pequena quis ver o Pilico de perto.

Ele, a Bia e a ajudante estavam atarefadíssimos.

Demorei para voltar à mesa e a primeira entrada, bolinho de camarão cremoso, já tinha terminado. Me contentei com o de bacalhau.

Depois chegou o prato principal, suficiente para dois adultos e duas crianças: moqueca mista de lula, peixe e camarão. Farofa e arroz branco de acompanhamento.


No final, goiabada cascão, bananada e doce de leite pra comer de colher. Fica ótimo com queijo branco, mas as crianças devoraram antes que eu pudesse fotografar. Com duas cervejas, três refrigerantes e dois cafés, a brincadeira saiu por 140,00 reais - um preço bem paulistano. Ao invés de baratear a conta, o fato de você mesmo pegar as bebidas no freezer quando a casa está cheia virou mais um atrativo local.

PILICO E BIA
Rua Diogo Moreira, 296, Pinheiros
(11) 3814-2283 e 3814-2967
terça a sexta, 12h às 15h ; sábado e domingo, 12h às 17h
www.pilicobia.com.br

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Consultório poético: você desabafa, Fabrício Carpinejar responde

Quando penso que hoje é sexta-feira, Leandro e Leonardo entram nos meus ouvidos. Faz 10 anos que eles receberam uma bolada da Bavária pra cantar traga mais cerveja, tô de saco cheio, tô pra lá do meio da minha cabeça. E a tal musiquinha sobrevive. O detalhe é que não gosto de sertanejas e não sou cervejeira. Pra começar um final de semana com miolos refrescados, prefiro outros hábitos mundanos e, se possível, uma dose de poesia sem gelo.




Não faz tanto tempo que conheci o Consultório Poético, do Fabrício Carpinejar. Entre as inúmeras incumbências do premiado escritor-pai-jornalista-poeta-professor-colaborador-de-vários-veículos-da-imprensa, está a de aconselhar pessoas com dúvidas sobre relacionamentos. Mulheres, por questões sentimentalmente óbvias, são clientes fiéis das palavras que, ele avisa, “não pretendem cumprir papel de terapia”. O barato é “estabelecer uma conversa entre amigos e propor pontos de vista inesperados”.



Na véspera do nada pra fazer, minha sugestão de serviço útil, porto-alegrense, encantador e gratuito é escrever uma carta pro homem e aguardar o retorno no blog. A identidade do remetente pode ser preservada e a resposta toma ares de poema. Para Loiva, que tem um marido perfeito, se envolveu com um colega de trabalho e pede um mapa pra sair da enrascada, Fabro começa dizendo: “Não tenho uma mapa, mas entendo onde está indo”.

Qualquer dia volto ao tema – Fabrício passa maravilhosamente dos limites, suas idéias não cabem neste post. Fica no suspense a razão pra ele fazer as unhas toda semana e ter roubado a manicure da própria mulher.

CONSULTÓRIO POÉTICO
www.bloglog.globo.com/fabriciocarpinejar
cartas para: carpinejar@terra.com.br

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Serviço anti-mico: curso de dança para noivos

Não interessa se a valsa do casamento foi trocada por um hit internacional. Na hora de enfrentar a pista, a maioria dos noivos paga mico e fica no dois pra lá, não sei quantos pra cá. Definitivamente, estamos a léguas da geração que cruzava os salões com passos-pluma, sonhando em ser um centésimo do que era Fred Astaire.


Para quem pretende festejar a união das escovas de dentes, com direito a cheek to cheek, a dica é procurar por Ana Paula Guahnón. Num anexo da própria casa, a bailarina montou o Atelier da Dança, onde cria e ensina coreografias exclusivas para os futuros marido e mulher.

Escolhida pelo casal, a música pode ser samba, bolero, salsa, tango ou forró, mas deve levar em conta o tempo disponível para ensaiar. “Em uma semana, já consigo fazer alguma coisa”, me disse Ana. Com mais tempo, dá pra montar apresentações quase teatrais.

Na sua lista de clientes, consta um par que adentrou o salão com a versão falada de La Vie en Rose, deu voltas, fez o brinde, dançou e encenou o grand finale. A professora, logicamente, viu tudo de perto. Além de comemorar a vitória dos pombinhos, ela faz questão de coordenar o show, orientando o DJ na hora agá e verificando se a costureira colocou um ganchinho no vestido pra noiva não tropeçar.

ATELIER DA DANÇA
Av. João Wallig, 2186, Chácara das Pedras
(51) 3328.2091 e 9262.8330
anaguahnon@hotmail.com
atendimento com hora marcada

(fotos: divulgação)